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30.12.14

ANO NOVO


De esperar se faz a vida. Ainda que digamos que nada esperamos, sempre uma gavetinha permanece, entreaberta, para algum átomo de novidade, algum passageiro furtivo, algum desejo inconfessado e finalmente satisfeito, algum dia mais, com mais cor, mais sabor. Habituámo-nos a ter dentro de nós um calendário que referimos com desdém, mas sem o qual nos sentiríamos perdidos do tempo único que é o da nossa estadia neste mundo, que dizemos real, já que da virtualidade só o nome, inventado, conhecemos. 
Assim chegámos ao fim do ano catorze do século vinte e um desta era por que se vem regendo grande parte da humanidade. Tudo convenções, não mais, fronteiras, direi, a assinalarem o curso das nossas vidas, tão curtas vidas se medidas pela enorme idade do universo, tão longas se apurarmos a soma das alegrias e das tristezas, dos encontros e desencontros, dos sonos e das vigílias.
De esperar, pois, se fará a nossa caminhada no novo ano que começa, um pé na infância que persiste, outro no amanhã que não sabemos, porque do hoje não se faz notícia, porque instante, porque breve, porque nada.

Licínia Quitério

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