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29.12.11

LUZ



Um feixe de luz a acender as sedas, a aquecer as lajes, a acautelar o frio da noite. É o meio do dia. É o sorriso deste dia.

LIcínia Quitério

28.12.11

QUEM TE FERIU?




Quem te feriu assim, de machado ou palavra ruim? Quem te tirou um braço há muito levantado? Quem te escutou o choro da seiva derramada? Quem te afrontou, ofendeu, magoou? Já não te lembras, amiga. Saraste, calaste a dor, novos braços criaste. Esqueceste o gume e ensaiaste novas primaveras. Da cicatriz fizeste sedução e ninho. Hoje todos os pássaros sabem o teu nome. 

Licínia Quitério

27.12.11

SOL DE INVERNO



O sol de inverno transfigura as cores, projeta sombras finas, alongadas, penumbras difusas, raras. Põe carícias desajeitadas nos relvados, estremecimentos corpóreos, afagos de amante fugidio. Há risadinhas por entre as folhas, aconchegos de pequeninas mãos, embalos de sono. Miniaturas que me chegam de outros invernos e se colam, benfazejas, nos meus olhos de água.


Licínia Quitério

21.12.11

SOLSTÍCIO



Será a noite mais longa e o dia seguinte o da nova Claridade. A Terra e o Sol festejam o cair do pano sobre o bailado anual dos dias e das noites. Logo, logo, a roda recomeça, num crescendo de luz, no anúncio, mais uma vez, do triunfo do cisne branco. Apesar do negro, apesar da morte. Celebremos!


Licínia Quitério

4.12.11

JARDINS




O plátano apronta o fato de inverno e despede as últimas folhas. O grande metrosídero mantem a perenidade da poderosa estatuária vegetal. O céu baço prenuncia humidades de fim de tarde. Impávida, a construção exibe os líquenes na geometria secular das pedras. São os jardins que nos veem chegar e passar e partir. Ninguém sabe o que murmuram quando a noite desce e não sentem os nossos passos.

Licínia Quitério

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