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18.2.11

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A BIC entrou em Portugal há 50 anos. Para mim, foi amor à primeira escrita. Aderi de imediato àquela novidade que não pingava tinta, nem esborratava, nem arranhava o papel, que podia cair ao chão e não se magoar e que tinha um preço baixinho. Passei então a ter acesas discussões com os amantes de canetas que me obrigaram a inventar argumentos para a defesa da minha humilde dama, alguns, confesso, bem inconsequentes. E, aqui para nós, a BIC tem uma vantagem deliciosa. Pode ser mordida, roída, estalada pelos dentes em dias mais azedos, desprovida da sua tampinha minúscula e redondinha que também pode ficar na nossa boca para ser mordida, qual pastilha dura, com os devidos cuidados para não ser engolida. Ainda há a tampa, propriamente dita, com o rabinho comprido, que logo notamos ser flexível, para trás e para diante, para trás e para diante, até, por fim, quebrar e poder ser bem esmagada pela dentuça. Antes de chegar o fim da tinta, a BIC proporciona prazeres infindáveis a quem não for defensor acérrimo da inconfundível elegância e personalidade de uma caneta a sério. Para esses vai a minha admiração, o meu respeito. Para o clube dos roedores de BIC, a minha piscadela de olho.

Licínia Quitério

Foto do Google

1 comentário:

M. disse...

Pois pode ter essas vantagens todas aqui invocadas para defesa da dama, só que eu não lhe encontro tanta elegância como as tais antepassadas de tinta permanente. Ainda por cima sou incapaz de as roer, vomitaria logo de seguida, ou até a meio da função.

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