A Serra d'Arga era um nome que rolava nas minhas memórias do nunca verdadeiramente visto. Um daqueles lugares que eu conhecia de um estranho conhecer, como muito me acontece. Um nome, um lugar, que, no dia em que nos é apresentado, em quadro vivo, nos faz dizer, muito baixinho, "que bom voltar a ver-te". Foi assim quando me levaram à Serra d'Arga. Fiquei ali uns instantes, num bem-estar desusado, a olhar as pedras, os verdes, aquele manto ondulante a subir, a subir, lá fora, cá dentro de mim. Devo ter pronunciado, devagar, várias vezes, "Serra d'Arga, Serra d'Arga, Serra d'Arga", num mantra acabado de nascer.
Licínia Quitério
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