Eles
matam-nas e matam também os filhos.
Elas
calaram-se, esperaram que eles mudassem, não fugiram porque têm os filhos e não
sabiam para onde ir.
Elas
fugiram e pediram abrigo e continuaram com medo deles.
Elas
voltaram um dia para eles que prometeram não tornar a bater-lhes, mas bateram,
cada vez com mais força.
Elas
não suportaram, pediram o divórcio, eles sairam de casa, elas julgaram-se a
salvo, mas eles apanharam-nas na rua e mataram-nas e também mataram os filhos que
tentaram protegê-las.
Elas
têm vergonha que a família saiba, que os vizinhos saibam, elas gostam deles,
elas sentem-se culpadas porque falaram com outro homem, elas sentem-se culpadas
porque pensaram em fugir.
Eles
têm ciúmes, eles não aceitam perder o processo de divórcio, eles vivem com outras
mulheres, mas querem matar aquela.
Os
políticos sabem, os vizinhos sabem, as famílias sabem, na polícia sabem, no
hospital sabem.
Todos esperam a tragédia,
todos sabem que um dia eles as matarão. Todos esperam as mortes anunciadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário