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10.5.14

CARTAGENA DAS ÍNDIAS


Ao ler no Público, no seu suplemento FUGAS, um artigo de Andreia Marques Pereira, sobre Cartagena das Índias, relembrei o lugar onde, por graça da vida, me encontrei vagueando durante um dia de não muitas horas. De tudo o que vi e ouvi, senti Gabriel García Marquez e os seus personagens, especialmente os de Amor em Tempo de Cólera. Procurei avidamente o balcão de Fermina Daza e o trote do cavalo de Florentino Ariza. Apesar da avalancha de turistas e vendedores ambulantes, não me foi difícil perceber a paixão de Gabo por aquele lugar, a cidade violenta e vitoriosa como lhe chamou. Das arcadas do antigo mercado de escravos ao palácio-museu da Inquisição, às cúpulas renascentistas, da mansidão do grande relógio à pressa do guia, foi quase uma tontura que me permitiu pensar no escritor que nos ofereceu o deslumbramento do realismo mágico, com as cores vivas dos muros, a quentura das brisas, a lentidão suada das gentes assoladas por piratas de tempos vários. Voltei lá hoje, lendo. Não preciso de voltar. Não devo. Seria já outra coisa.

Licínia Quitério

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