Março, marçagão, manhã de inverno, tarde de verão. Assim se
fez o ditado, assim se fez o desejo. Assim não tem sido este Março de maus
humores, de carão fechado, de humidades que escorrem e pingam nos nossos
quartos interiores, nos nossos pátios que para a luz se construiram. Março
velho, mês cansado de sustos e discursos sibilinos, atormentando os ares,
sufocando a beleza a que temos direito. Limito-me a olhar através dos vidros
embaciados da janela fechada onde espreitam jardins que inventei e que demoram
a cumprir-se.
Licínia Quitério
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