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7.6.10

CRÓNICA DE DESPERTAR 2


Acordei tarde e o dia fez-se parco e o desatino das horas foi a tontura do quarto em desalinho, do sol já alto cravando uma lança de oiro no soalho.  No silêncio da casa uma censura pela ausência do matinal concerto do chiar dos gonzos das portadas, do arrastar dos passos na rotina dos lugares onde mora o aroma do café, a garridice dos amores-perfeitos, o prato do comer da gata miando pela fome prolongada.
Ligar o computador e dar uma vista de olhos ao correio, ao resumo das notícias que pela tarde chegarão, com os seus pormenores bastas vezes devassos e sórdidos.
Preparar um dia não é tarefa fácil, tanto mais quanto o sono o encurtou. Viver a vida não é tarefa fácil, tanto mais quanto o tempo a encurtou. O que nos vale é ter havido um poeta que nos disse do sol, da poesia, das danças e os outros que, mesmo sem o dizerem, alimentam seus versos do riso ou do choro das crianças.

Vou viver tudo o que tenho até ser noite. E é muito ainda. Amanhã falaremos melhor.

Licínia Quitério

5 comentários:

© Maria Manuel disse...

rotinas do quotidiano, Licínia. também eu lembro esse poeta e tento pensar "um dia de cada vez"... olha, mesmo agora ouço um pássaro chilrear, ouves tu?

beijinho.

Anónimo disse...

Eu dou por ele... mas há tantos amores-não-perfeitos
tanta atenção requerida
que é difícil sorrir e cuidar dos outros todos, os mais-que-perfeitos...
Bjs da bettips

Alien8 disse...

Agora dei por ele :)

Mel de Carvalho disse...

Licínia, importa-se que o link?
Dei por ele, sim, mas perdi-o de vista. E, de todo, não merece - o que escreve, seja poesia ou prosa, faz bem à alma.

Um beijo, num dia triste.
Mel

M. disse...

Pois é, o Tempo devia ser mais generoso e oferecer-nos uns bónus... :-))

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