Os miúdos crescem, crescem. A gente nunca sabe que tamanho de fatiota lhes deve comprar. Os miúdos têm gostos próprios. Gostam do que gostam, ou não gostam.
A menina é airosa, nas suas perninhas de bailarina. Gosta de vestidinhos rodados, coloridos, a condizer com os ganchos que põe no cabelo, com as pulseiras. É uma mulherzinha bem disposta, delicada, faladora.
O menino é mais velho, bem crescido, sóbrio de gostos, indiferente a modas e feitios, de poucas e acertadas falas, atento à mana e dela protector.
Assim começa uma mulher, assim começa um homem. Na diversidade de gostos, de atitudes, na consciência da sua pertença a lugares, na constância dos afectos, trilhando já os seus caminhos invisíveis, inesperados.
Podemos saber o tamanho dos seus fatos; nunca saberemos os segredos que vão aprendendo a guardar nos seus corações pequeninos.
Licínia Quitério
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