O meu telemóvel é um telefone que telefona e é telefonado, manda uns recados teclados e recebe outros. Ah desperta-me à hora aprazada, tem uma lanterninha que dá um jeitão quando o quadro eléctrico faz pum!. E ainda tem para lá mais umas coisitas que não uso, que não me fazem jeito nem falta. Dir-me-ão: mas isso é um aparelho do paleolítico. Não tens um Hi qualquer coisa, pad, pod, inteligente, ou outro com outros nomes, curtos, estranhos, estranjeiros? Não, não tenho, nem preciso, nem quero. O mais complicado será quando o meu flintstone morrer e eu tiver que ir a uma loja da especialidade comprar um sucessor. Antes, compro uns manuais, consulto especialistas, se for preciso frequento mesmo um curso de formação para utilizadores. Depois, porque já tenho antecedentes nestas andanças, chego à loja e digo: quero um telefone que telefone, não tire fotografias, não cozinhe, não faça ponto-cruz e seja, de preferência, a preto e branco. O mais provável será eu sair da loja com uma cafeteira eléctrica que isso é que anda mesmo a fazer-me falta. Não sou assim tão avessa às modernices.
Licínia Quitério |
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