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26.11.11

NOITE



Noite escura, em pélagos inconcebidos, em buracos negros, na vastidão sem outro nome que infinito. Noite de animais de gelo tão gelado que as brasas dos olhos não sabem derreter. Noite dos espíritos vagabundos, estropiados, desencarnados, temerosos da eterna desventura. Noite dos caluniados, dos esfomeados, dos alucinados, dos sós.

Noite de água e platina, do cio das rãs, do bailado dos vagalumes, dos tambores no longe, da sarça ardente, da lua.

Noite minha, noite de ninguém.

Noite.


Licínia Quitério

1 comentário:

M. disse...

A noite como uma pele arrepiada. Porque assim me parece a imagem.

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