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15.8.11

A PRAÇA



Os frutos da terra, os frutos do mar apresentam-se. Sobre as terras, sobre as águas, a coberto de sol e chuva ou expostos ao que do céu vier, os mercados existem por aí, mundos fora. Com maior ou menor ruído, encorpadas gritarias ou silêncios de freguesia ausente, os mercados resistem. Alindam-se, alinham-se, arrumam saudades de outras saudades. Fui ali à praça, demorar o olhar na grande faca espetada na grande abóbora, espantar-me com o ritmo ameaçador do afiar de outra faca pela peixeira de lábios finos e cerrados, cheirar o estendal de flores, adivinhar o cansaço dos velhos poisados em caixotes, remoendo amarguras entre o tempo do pessegueiro e o da jovem que desdenha a pele dorida do pêssego. Ó querida, ó linda, hoje não quer nada meu?


Licínia Quitério

2 comentários:

Benó disse...

Hoje lembrei-me de te visitar neste sítio. Fui à praça contigo m as não vi carapaus nem sardinhas. Apenas homens e mulheres de rostos rugosos e apreensivos pela fslta das escamas que outrora brilhavam nas suas bancas.
Tristes vidas as dos pescadores.

M. disse...

Adoro praças. São parte das cores da alma humana.

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