A minha salamandra envelheceu. A pele enrugou, as articulações desgastaram-se. Já não aguenta o lume. Não admira. Foi uma longa vida de serviço à casa e a quem a habitou. Através do vidro, deixava ver o fogo e o seu bailado de chamas rubras. Espalhava pela casa um calor bondoso que punha mansidão nas falas e brandura n...os gestos. As paredes ainda conservam memórias dos serões da salamandra, como foram chamados. Ali permanece, com a elegância de uma velha senhora que tem um longo passado de horas calorosas e histórias desses tempos que conta a quem as quer ouvir.
27.11.10
A SALAMANDRA
Publicado por Licínia Quitério Por favor comente clicando nas horas 1:46 da tarde
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