Choveu. Eu dormia e a chuva caía. Quando abro a janela há um cheiro bom de terra molhada. A malva-rosa enxuga as lágrimas. Os espargos parecem quebrar de tão tenros. Os mal-me-queres estão tristes, de corolas fechadas, zangados mesmo. A gata recusa o passeio matinal. Volta a ronronar, sem preocupações de relógio ou calendário. Eu inauguro a viagem assinalada no mapa do dia. Brinco às escondidas com um sonho antigo. Quem sabe agora? Quem sabe nunca?
Licínia Quitério
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