3.4.11
FLORBELA
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
Publicado por Licínia Quitério Por favor comente clicando nas horas 10:11 da manhã
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1 comentário:
Tão bonito tudo isto, Licínia! E que fotografia escolheste para acompanhar este poema. Nem sei dizer o que sinto ao olhá-la. É mansa, é doce, é etérea, é intocável e ao mesmo tempo tão envolvente.
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