O Ano está Velho. Viu muito, muito amou, muito aprendeu, esqueceu o que havia de ser esquecido, sofreu e chorou. E riu, riu de puro contentamento. E riu pelas ruas e pelas praças das canções e dos amigos. E abraçou os poetas e os sonhadores e os puros e os que foram chegando às suas casas de todos os lugares. E deu palavras muitas e vozes cantantes e histórias que inventou porque as viveu. Gritou também quando foi urgente gritar que sempre a indignidade rejeitou e escorraçou da sua porta e das portas dos deserdados. O Ano é velho e não é santo. Também soube zurzir e desprezar e apagar se foi preciso. Aos ingratos, aos tolos, aos medíocres, aos falsos, disse Não, definitivamente. O Ano é Velho e gosta do seu nome. Será Novo outra vez. A caminho de ser Velho, de mais saber, de mais fazer, de mais amar. Na roda da vida, eu sou o novo e o velho de todos os meus anos.
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS VÓS!
Licínia
3 comentários:
Bonito texto, Licínica. De quem sabe aceitar o novo e o velho e o novo a seguir, para se tornar velho. E eu a caminho, feliz da vida...
Bom ano para ti, com FUTURO!
bela análise dos anos que por nós passam, passando nós por eles, com o que encontramos de bom e de mau, amando e zurzindo, sempre entre um instante ou ano que se faz passado e outro que é futuro.
beijo grande, Licínia :)
As suas palavras, Licínia, foram companhia minha em 2010, a par de outras, de comuns amigoss, e grandes autores.
E a todos leio, muitas vezes sem nada deixar escrito, como mensagens, lições de vida, que guardo, encantada, num cofre secreto de emoções.
Felicito-a, pelas suas, em particular, Licínia, e pela pessoa que adivinho em cada uma delas.
Desejo-lhe, a si, e aos que a rodeiam, um 2011 pelo de paz e harmonia. No tudo o resto, a vida fluirá, estou em crer.
Um beijo amigo
a minha gratidão
Mel
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