Estão por toda a parte. Altos, esguios, com suas três velas
atraindo os ventos. Erguem-se em bandos cada vez mais numerosos. Quando
escurece, acendem um olhito não vá algum avião ou avejão com eles embater,
trucidar-se. São afinal ventoinhas gigantes, altivas, de corpos anoréticos, rodando,
rodando, enxameando colinas, relevos, zumbindo, zumbindo. Ao pé delas, os
velhos moinhos de vento e farinha parecem anõezinhos reformados, saudosos dos
seus tempos de convívio diário com os homens, seus donos e companheiros de
labuta. Chamavam-lhes moinhos de vento. Dos novos, para que algum passado lhes
seja conferido, dizem que são eólicos. Velhos, novos engenhos. Só o vento é o
mesmo, caprichoso, suave, arrasador, genioso, invisível, eterno como a vida.
Licínia Quitério |
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