Não cozinham o que comem. Vivem da seiva dos outros. Gostam da sombra, da humidade, dos tecidos putrefactos. Têm formas rigorosas, alargam umbelas, leques, louvam o circular e o concêntrico. As cores miméticas protegem-nos, disfarçam-nos, dão-lhes um ar humilde, discreto, sereno, inofensivo. Puro engano. De entre eles pode destacar-se uma forma, uma cor, um tamanho que colhe o colhedor. A podridão de que se alimentam envenena-lhes as lâminas, as carnes. Ai de quem na floresta se perder e os encontrar. Mil formas tem o mal.
Licínia Quitério
3 comentários:
Belo texto para uma fotografia fantástica!
Jamais me passaria pela ideia escrever sobre cogumelos venenosos, embora bonitos. Sorrio-te.
Um beijo.
Bonita escrita, bonita foto.
Sair do mundo e ir para "outro sítio".
Saber olhar e ver.
Tanta coisa que nos passa despercebida.
O mal para uns é o bem para outros.
Como um alfinete preso na banda de um casaco. Sim, o mal tem mil formas.
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