Tão pequeno o rio grande dos meus anos. Um quase nada, mais de securas que de enchentes. Modesto rio, pouco sabe de barcos e de barqueiros de travessia. Sofre o rio quando os salgueiros choram, ou as canas assobiam, ou os choupos lhe crescem nas entranhas. Estremece, cintila, com a prata fervilhante das tainhas. Sabe tudo da vida e da morte dos que uma vez o olharam. É preciso saber falar com um rio assim. Em silêncio, com as mãos despidas, os pés firmes na curva da tarde, os olhos líquidos de memória. E esperar pela resposta que ainda não veio, mas virá. O pequeno rio grande nunca falha uma promessa.
25.11.11
O RIO
Publicado por Licínia Quitério Por favor comente clicando nas horas 6:49 da tarde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
E tão bonito ele é!
Enviar um comentário