Defendida por fortes espinhos, de corpo suculento, guardador das ínfimas águas, multiplicando-se em novas redondezas que de si são cópias, esta mãe de bairro pobre todos os anos anos me dá filhas-flor, suavíssimas, gloriosas, sedas puras. No dia de vida que lhes cabe, aguardam o despontar da luz e abrem, dadivosas, formosas, donzelas sem vício e sem cuidado. Com o cair da tarde, vão fechando as corolas, imperceptivelmente, até que a noite as faz murchar, tombar, sem se ferirem, sobre os espinhos da mãe. Cumprem as suas vidas brevíssimas e plenas que eu aguardo e vigio, num misto de enlevo e melancolia.
5.5.11
UM DIA DE VIDA
Publicado por Licínia Quitério Por favor comente clicando nas horas 8:09 da tarde
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